Da tenebrosidade obscura e úmida e fria e terrivelmente silenciosa formou-se um espanto no cubo escuro do meu espírito, sim, o que era inerte contemplou algo inédito, uma pequena chama ousou se pronunciar, profanando o caos ordenado.
Em escuridões como estas um foco puntiforme faz as vezes de um sol; mas era apenas uma vela; me aproximei atônito, meus olhos buscaram a luz como um sedento a beira da morte a um pouco d’água.
Lá estava ela, a chama dançante, pequeno espírito do fogo, fada ígnea que num bailado frenético cantava louvores ao Deus Altíssimo, dava para ver a luz que corria por suas veias luminosas.
E algo me iluminou como nunca até aquele instante, não foram suas veias, não foi a novidade; o que iluminou e estremeceu minha alma foi a felicidade, a pureza e a serenidade de seu sorriso.
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