Archive for janeiro 18th, 2004
Venho a ti, ó tenebrosa criatura chamada mentira,
venho dizer-te que te repudio,
a obra que te tem por alicerce logo vem à ruína,
tua vida é curta, sois senhora da ilusão humana.
Quero dizer-te, não mais me iludirás,
odeio a ti, não quem tu corrompes,
é assim que me vingarei,
assim se manifestará a verdade em meu coração.
18/01/2004
Não é fácil desfazer o que já está mal acabado, criar o incriado parece mais difícil que tudo, como desfazer o casamento entre este e o nada do qual nossa noção de existência é filha, cargas genéticas divididas, inclinações por livre arbítrio, abstrações por natureza?
Noção vaga do que é vazio, pensamento cheio do que não conheço, só a busca pela quietude e a inconstância são constantes; é chegada a hora de compreender que há muito a desaprender, formatar a alma, ter a suprema coragem de escolher o ser ao invés de ter a existência como um presente do acaso, e mais, torná-la suprema também, transformá-la em alegria eterna e orgulho da criação, como se saltássemos do nada que somos para a Unidade com o Único, o Ser existente…
Minha terra tem lixeiras,
Onde catam os cheira-colas;
Os mendigos que por aqui vagueiam,
Pelejam para roubar.
Nosso céu se torna cinza,
Nossas várzeas, maus odores,
Nossos bosques são vendidos,
Nossa vida sem penhores…