Minha terra tem lixeiras,
Onde catam os cheira-colas;
Os mendigos que por aqui vagueiam,
Pelejam para roubar.
Nosso céu se torna cinza,
Nossas várzeas, maus odores,
Nossos bosques são vendidos,
Nossa vida sem penhores…
Se andar, sozinho à noite,
Assaltantes vou encontrar,
Minha terra tem urubus,
Que se fartam sem parar.
Minha terra tem horrores,
Que não gosto de contar;
Somente as damas da noite,
Prazer encontram por cá,
Minha terra tem urubus,
Que se fartam sem parar.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que veja isso mudar;
Sem que veja estes horrores,
Daqui a se dissiparem;
Sem qu’espante os urubus,
Que se fartam sem parar.
18/01/2004
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