Canção do exílio

Posted by: Clodoilson

janeiro 18th, 2004 >> Homenagens, Sombrios

Minha terra tem lixeiras,

Onde catam os cheira-colas;

Os mendigos que por aqui vagueiam,

Pelejam para roubar.

Nosso céu se torna cinza,

Nossas várzeas, maus odores,

Nossos bosques são vendidos,

Nossa vida sem penhores…

Se andar, sozinho à noite,

Assaltantes vou encontrar,

Minha terra tem urubus,

Que se fartam sem parar.

Minha terra tem horrores,

Que não gosto de contar;

Somente as damas da noite,

Prazer encontram por cá,

Minha terra tem urubus,

Que se fartam sem parar.

Não permita Deus que eu morra,

Sem que veja isso mudar;

Sem que veja estes horrores,

Daqui a se dissiparem;

Sem qu’espante os urubus,

Que se fartam sem parar.
18/01/2004

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