Archive for janeiro, 2004
Gritos agonizantes de um coração sangrando
Posted by: Clodoilson
janeiro 25th, 2004 >> Revoltados :P, Sombrios
A dor profunda vem invadindo a carne imitando uma bárbara adaga fria, enfiada por um cão danado entre minhas costelas e a bacia; grito meu grito abafado que ecoa como que de uma caverna sombria lotada de condenados, dói o peito, rasga-se a alma e o corpo fica em agonia.Pobre daquele cujo coração não experimentou o amor, bálsamo divino que confere alegria e esperança; sem amor o espírito cansa e fica em noite mesmo que seja dia…
Eu sou o Arauto da Revolta, todos vocês me enojam, me revoltam todos vocês que nasceram com um pouco mais de dinheiro e se acharam no direito de menosprezar os pobres, e ainda mais, se acharam livres da responsabilidade de diminuir a miséria na Terra.
Me revoltam todos vocês que nasceram um pouco mais belos e viram seus semelhantes como seres feios, seus feios atos me revoltaram ainda mais quando se acharam livres do dever de espalhar a beleza pela Terra…
Venho a ti, ó tenebrosa criatura chamada mentira,
venho dizer-te que te repudio,
a obra que te tem por alicerce logo vem à ruína,
tua vida é curta, sois senhora da ilusão humana.
Quero dizer-te, não mais me iludirás,
odeio a ti, não quem tu corrompes,
é assim que me vingarei,
assim se manifestará a verdade em meu coração.
18/01/2004
Não é fácil desfazer o que já está mal acabado, criar o incriado parece mais difícil que tudo, como desfazer o casamento entre este e o nada do qual nossa noção de existência é filha, cargas genéticas divididas, inclinações por livre arbítrio, abstrações por natureza?
Noção vaga do que é vazio, pensamento cheio do que não conheço, só a busca pela quietude e a inconstância são constantes; é chegada a hora de compreender que há muito a desaprender, formatar a alma, ter a suprema coragem de escolher o ser ao invés de ter a existência como um presente do acaso, e mais, torná-la suprema também, transformá-la em alegria eterna e orgulho da criação, como se saltássemos do nada que somos para a Unidade com o Único, o Ser existente…
Minha terra tem lixeiras,
Onde catam os cheira-colas;
Os mendigos que por aqui vagueiam,
Pelejam para roubar.
Nosso céu se torna cinza,
Nossas várzeas, maus odores,
Nossos bosques são vendidos,
Nossa vida sem penhores…