Archive for abril 15th, 2000
Há uma árvore no jardim de todos os
lares, que só pode ser vista por quem sabe
sentir a beleza e o sabor de seus frutos.
Sua sombra refrigera a alma de quem senta
sobre suas raízes – força vital e cura do corpo –
suas folhas exalam o odor exótico e relaxante
igual ao das cachoeiras de mirra rara que
escorrem dos cabelos e por entre os seios
da mãe terra.
Ó árvore mística, a que comparar a beleza
e os dons de tuas flores?
És símbolo da fertilidade, vi-te plantada
em meu jardim e reconheci que sou teu fruto.
Eu sou o vento que sopra as planícies, as copas verdejantes se inclinam e me cumprimentam, eu as saúdo. Toda a minha vida dediquei à vida, e raramente à morte, em períodos de guerra.
Sou homem, sou índio, xamã… Sempre busquei nos sonhos algo que mantivesse a mim e a meu povo acordados, quando durmo sonho com Deus… Ele me diz : ” – Meu velho, descanse que a hora é chegada. Teu tempo de guerra passou, teus dons já não são úteis, os homens já não querem tua cura. Cumpriste tua missão, dorme em paz meu filho…” …