



Quão ofuscantes tuas pupilas são, fazem as minhas verterem rios e, por isso, me ocultam tua face; sinto teu cheiro, sinto teu gosto, vejo e toco tua silhueta mas não vejo teu rosto.
Estais aqui? Ou só habitas meus sonhos? A única certeza que tenho é que estais em meu peito, e se ele não é só uma ilusão então existes de algumas forma e, de alguma forma, consigo te amar…
Agora chega! Vou dizer o que te quero, quero e vou dizer na hora! A hora que é certa, e, certamente é agora, mas o agora é eterno…
Vou dizer-te com meus olhos, não sei se vais entender; vou dizer com meu sorriso, não sei se serei compreendido; mas se perguntares ao teu coração ele te dirá a verdade; que esta é a hora de me devolveres o sorriso, assim entenderei a tua alma, beijarei com meus olhos os teus…
Há uma árvore no jardim de todos os
lares, que só pode ser vista por quem sabe
sentir a beleza e o sabor de seus frutos.
Sua sombra refrigera a alma de quem senta
sobre suas raízes – força vital e cura do corpo –
suas folhas exalam o odor exótico e relaxante
igual ao das cachoeiras de mirra rara que
escorrem dos cabelos e por entre os seios
da mãe terra.
Ó árvore mística, a que comparar a beleza
e os dons de tuas flores?
És símbolo da fertilidade, vi-te plantada
em meu jardim e reconheci que sou teu fruto.
À primeira vista vejo pessoas alegres ou tristes comportando-se como acham que decidiram. Mas observando bem, conheço a paisagem, não há novidade. O que vemos agora estamos cansados de ver e saber que é o que veremos amanhã, é por este motivo que inconscientemente evitamos fazer uma observação profunda do que vemos ou sentimos, analisamos superficialmente na esperança de acreditarmos que o observado é mais colorido, mais alegre…
Assim, os dias vão passando; sempre “novos” mas dando a sensação de serem os mesmos, assim não procuramos em melhorar, não temos coragem de nos encarar, dá medo, queremos ficar sozinhos, mas vamos ver a novela…
Um dia tudo acaba.